quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Porão, Depressão e os Vegetais mastigados Por Um Menino vestindo Saia Rosa.

Ah, quanto conflito para se decidir sobre o terno preto,
esses caras são do departamento de Narcóticos.
Aqui não há um Homem de Neve.
Ah, quantos tiros para matar apenas uma ideia.

14 anos na escola e parece que eu ainda não sei fazer um manipulador ótico funcionar.

Mas vamos falar sobre ela,
ela que voa sobre os céus de Fortaleza e nem se quer para para pensar
nas coisas que eu pensaria se voasse.

Ela está orgulhosa de possuir tudo que deseja
Ela tem duas tatuagens no joelho e ela nunca fica doente.

Mas vamos para de falar nela.

O porão da casa da vó de uma menina com quem eu falei em 1983
era todo de madeira e tinha ratos com nacionalidade espanhola.
Seus avós ficavam depressivos quando essa menina, de quem falei, ficava pendurada no telefone.
É normal uma garota dessa idade ficar pendurada no telefone falando com rapazes
e discutindo idéias insanas que poderiam mudar o mundo caso não fossem apenas idéias de uma menina
daquela idade.
Mas é que o telefone havia sido cortado no último semestre
por falta de pagamento.

Um menino com quem eu nunca falei
fumava escondido os cigarros que roubava da bolsa do seu tio.
Ele fumava dentro de uma casa abandonada na rua José Peixoto de Arimatéia.
Às vezes, os garotos da rua de cima apareciam, mas eles fumavam outro tipo de cigarro.
E outras vezes, esses garotos, contavam histórias de fantasmas, e em outras
faziam o menino usar saia.

Na casa de uma mulher com quem falei pela última vez em dois mil,
havia um jardim com flores lindas.
O cachorro dela comeu uma delas, um dia.

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